quarta-feira, 1 de setembro de 2010

História do soutien

O torturante espartilho submeteu a mulher a quatro séculos de sacrifício em nome da beleza. Cordões bem apertados forçavam os seios para cima e aceleravam a respiração, em numa época na qual as mulheres se sujeitavam a problemas respiratórios, digestivos e circulatórios para terem seios sensuais.

Neste período, os homens dominavam a indústria de lingerie, e estimulavam o uso do corpete para garantirem a "virtude de suas mulheres" e também os seus lucros. Mas o incômodo do espartilho era grande, até que em 1889, Herminie Cadolle acabou por cortar a parte de cima dos  espartilhos e, assim, criou o soutien.

Em 1913, a nova iorquina Mary Phelps Jacobs tomou o assunto em mãos e fabricou o primeiro soutien chic e glamoroso, a partir de lenços de seda e algumas fitas de cetim. As suas amigas acolheram esta ideia e encorajaram-na a registar a marca que viria a ser vendida, algum tempo depois, à Warner Brothers Corset Company, ainda hoje  líder em fabricação  underwear.

Somente na década de 30 é que os diferentes tamanhos e formatos dos seios passaram a ser considerados na hora de produzir uma peça, e começaram a ser fabricados soutiens em tamanhos que variavam de A a D. A partir daí, o soutien ganha novos materiais, modelos e passa a ter uma ligação com o comportamento da mulher diante da sociedade.


Com a escassez da seda provocada pela Segunda Guerra, a indústria têxtil precisou buscar novos materiais. Surgem as fibras sintéticas, que davam aos soutiens elasticidade e resistência. Por 20 anos, o artigo de sustentação dos seios sofreu várias alterações, acompanhando a anatomia dos bustos generosos das estrelas da época.
Nos anos 50, a atriz Brigitte Bardot aparece com um minúsculo soutien meia-taça enfeitado com rendas. Convencidas de que o soutien era o principal símbolo da repressão sexual masculina, feministas queimam soutiens em praça pública, incentivando as mulheres a abolirem o uso da peça. O protesto aconteceu em 1958, logo após o surgimento da lycra.

Era o início da revolução sexual dos anos 60, momento no qual as mulheres se mostravam cada vez mais soltas. São os tempos de valorização dos seios pequenos e de soutien mais delicados e livres de costuras.

Porém, alguns anos depois, as mulheres passam a perceber que o soutien, além de acessório sedutor, tem a função de sustentar os seios, e volta a ser usado. Nos anos 80 a lingerie para os seios passa a ser uma grande aliada das mulheres que aderiram à febre aeróbica. Em 1982, surgem as rendas com lycra.
Após décadas de seios camuflados, os anos 90 trazem a valorização do busto como referência de feminilidade. Junto de novos tecidos e cores, surgem modelos para realçar ou aumentar os seios. A ciência passa a ser mais uma ferramenta da indústria para garantir a satisfação das mulheres com o soutien. Hoje, temos uma infinidade de modelos e tecnologia a nosso favor.


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