sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Ajuda mútua

As designers mineiras, Raquell Guimarães e Danielle Joory donas da grife Doisélles,  além das belíssimas peças de tricot, desenvolvem um trabalho de  inclusão social com os detentos da penitenciária Professor Ariosvaldo Campos Pires, em Juiz de Fora, de tirar o chapéu.

Hoje mais de 40 homens do regime fechado, manejam agulhas, linhas e tintas com uma habilidade singular, revelando um exímio talento manual e confeccionando as peças que encantam algumas cidades do mundo, em especial Paris.


Tudo começou quando a Doisélles, há três anos no mercado, passou a receber um volume cada vez maior de pedidos. O problema era encontrar mão de obra especializada para atender à demanda. “Minhas poucas tricoteiras nem sempre tinham tempo disponível. Tinham problemas domésticos, familiares, enfim, funções compreensíveis no cotidiano de qualquer mulher, mas que, infelizmente, não seriam compreendidas pelo meu cliente, pelo meu prazo”, comenta Raquell. Em busca de soluções, a estilista teve a ideia: um presídio.

E procurou os trâmites legais para realizar o projeto chamado Flor de Lotus.
Além de aprender um ofício, reforçar a auto-estima, exercitar a criatividade, o detento ganha um dia a menos na pena a cada dia trabalhado, ¾ de um salário mínimo por mês, que é depositado em conta e reajustado pelo índice da poupança, e um extra por peças produzidas. Dois deles, já libertos, estão trabalhando no ateliê da grife.

Atitudes como essa é que fazem a diferença no mundo em que vivemos.








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